Prefeituráveis prometem investir na malha cicloviária de
Blumenau
O sonho do motorista
de caminhão Samuel Salvaro, 27 anos, é circular tranquilamente com a bicicleta
pelos quatro quilômetros entre a casa dele, na Itoupava Norte, e o Senai, no
Bairro Victor Konder, onde estuda. Na vida real, porém, para percorrer o
trajeto, o ciclista precisa se arriscar pedalando ora na contramão ora sobre a
calçada para fugir dos carros.
Se depender do próximo prefeito de Blumenau, o sonho de Salvaro
será realizado. Dos quatro concorrentes, Ana Paula Lima (PT), Jean Kuhlmann
(PSD), Napoleão Bernardes (PSDB) e Osni Wagner (PSOL), apenas o último não
incluiu o tema no Plano de Governo, disponível no site do Tribunal Superior
Eleitoral. O candidato, no entanto, garante que pretende investir nas
ciclovias.
Atualmente, Blumenau tem cerca de 50 quilômetros de malha
cicloviária – ciclovias, ciclofaixas e calçadas compartilhadas para pedestres e
bicicletas. A previsão é que sejam construídos mais 10 quilômetros até
dezembro, dependendo da conclusão das obras do sistema de esgoto.
– Nossa intenção é ligar os trechos do Complexo do Sesi à
Beira-Rio, do Terminal da Proeb até o Terminal do Garcia e o Terminal da
Fortaleza com algumas ruas próximas – explica o secretário de Planejamento
Urbano, Walfredo Ballistieri.
O presidente da Associação Blumenauense Pró-Ciclovias (ABC
Ciclovias), Tiago Duwe, reconhece a expansão do sistema cicloviário nos últimos
anos, mas cobra avanços, em especial na região central.
– A gente ouve (autoridades) falar em planejamento, novas
vias e sabe dos problemas de recurso. Mas o problema é urgente. Se continuar do
jeito que está, veremos mais notícias de ciclistas morrendo atropelados.
Entre janeiro e junho deste ano, foram registrados 67
acidentes envolvendo ciclistas, um deles com vítima fatal, conforme
levantamento da Guarda Municipal de Trânsito. O número é quase o dobro do
registrado no mesmo período de 2011, quando ocorreram 38 acidentes, também com
uma morte. Os números não consideram as ocorrências nas rodovias que cortam a
cidade, como a SC-474, onde dois perderam a vida sobre a bicicleta.
O gerente da Guarda Municipal de Trânsito, Jean Paul
Rhenius, conta que o órgão procura atuar na prevenção e defende que a culpa dos
acidentes é compartilhada:
– Na maioria das vezes, acontece por falta de atenção,
imprudência ou excesso de confiança tanto de ciclistas quanto dos motoristas.
Duwe reconhece que muitos ciclistas descumprem as leis de
trânsito. Por isso, também defende maior trabalho para prevenção e
conscientização por parte das autoridades.
Fonte: JSC